GEORGE STEINER
George Steiner, um dos mais sofisticados intelectuais do circuito universitário anglo-saxão do século XX, nascido em Paris, em 1929, mas educado nos Estados Unidos, é um humanista pessimista. Como apreciador e crítico da grande cultura clássica greco-romana, ele se interroga sobre o seu declínio e visivelmente sofre com a espantosa contradição entre a exuberância do pensamento ocidental e o morticínio, especialmente dos judeus, desencadeado neste século pelas forças totalitárias, geradas por essa mesma cultura. Uma das suas maiores inquietações é responder como alguém pode escutar Schubert à tarde e, em seguida, sair para tortura e esfolar alguém à noite? Entremente, Steiner revela-se um amante extremado dos livros e da leitura, um homem angustiado com a soberania da tecnologia e o descenso da humanística.
George Steiner, um dos mais sofisticados intelectuais do circuito universitário anglo-saxão do século XX, nascido em Paris, em 1929, mas educado nos Estados Unidos, é um humanista pessimista. Como apreciador e crítico da grande cultura clássica greco-romana, ele se interroga sobre o seu declínio e visivelmente sofre com a espantosa contradição entre a exuberância do pensamento ocidental e o morticínio, especialmente dos judeus, desencadeado neste século pelas forças totalitárias, geradas por essa mesma cultura. Uma das suas maiores inquietações é responder como alguém pode escutar Schubert à tarde e, em seguida, sair para tortura e esfolar alguém à noite? Entremente, Steiner revela-se um amante extremado dos livros e da leitura, um homem angustiado com a soberania da tecnologia e o descenso da humanística.
LIVRO ESCOLHIDO – EDITORA RECORD
LIÇÕES DOS MESTRES
Numa época em que as referências se acumulam e mais desorientam do que orientam, alguns raros autores nos servem de bússola. Entre eles, está, hoje, George Steiner. Um dos poucos com uma preocupação de dar um contexto às coisas, de conduzir a conversa ao longo da história, de mostrar de onde se veio e – mais do que para onde se vai – onde se está. Percorrer suas páginas é tomar a mão segura do mestre e se deixar levar. Algo que não existe mais. Aliás, trata disso seu novo livro pela editora Record. Lições dos Mestres explora, justamente, a relação mestre-discípulo – revelando como ela pode ser sofisticada, enriquecedora e plena em sutilezas que se perderam, por exemplo, na era do assédio sexual. Nesse pormenor, apenas para entrar num detalhe, Steiner acredita que nos isolamos na senda do politicamente correto. Reduzir, digamos, o relacionamento de Heidegger e Arendt a uma questão de sexual harassment é limitar demais as possibilidades. Afinal, como disse
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