REAL, BASTASAR GARZÓN & ROMERO, VICENTE


BALTASAR GARZÓN / VICENTE ROMERO

Baltasar Garzón Real nació el 26 de octubre de 1955 en Torres, Jaén (España). Es un conocido magistrado, juez titular del Juzgado Central de Instrucción número 5. Vicente Romero es uno de los nombres destacados del periodismo español. Desde la guerra de Vietnam a la de Irak ha asistido a los principales acontecimientos mundiales de las últimas décadas.

LIVRO ESCOLHIDO - EDIT. DEL NUEVO EXTREMO

EL ALMA DE LOS VERDUGOS

Extraordinario trabajo de investigación periodística que trata de responder a la pregunta, cómo son, viven y piensan los responsables de los terribles actos que tuvieron lugar en la última dictadura. A través de entrevistas a numerosas víctimas y relatos de los propios verdugos, durante los años de la dictadura argentina, Garzón y Romero retratan y analizan la represión más cruenta que ha tenido lugar en América Latina.

SABATO, ERNESTO

ERNESTO SABATO



Nasceu na província de Buenos Aires, filho de Francisco Sabato e Juana María Ferrari, foi o décimo de onze filhos.
Em 1924 entrou na Escola primária de Rojas. Posteriormente, realizou seus estudos secundários no Colegio Nacional de La Plata. Assim, em 1928 obteve o título de bacharel. No ano de 1929 entrou na Faculdade de Ciências Físico-Matemáticas da Universidade Nacional de La Plata.
Foi um militante ativo do movimento de reforma universitária, fundando o Grupo Insurrexit em 1933, de tendência comunista. Ainda no ano de 1933, foi eleito Secretário Geral da Juventude Comunista. Em um curso conheceu Matilde Kusminsky Richter, uma estudante de 17 anos que abandonou a casa de seus pais para viver com ele.
Em 1934 viajou a Bruxelas como delegado do Partido Comunista ao Congresso contra o Fascismo e a Guerra. Devido aos inconvenientes reinantes em Moscou, abandonou o Congresso e fugiu para Paris. Regressou a Buenos Aires em 1936 e se casou com Matilde.
Em 1938 obteve um Doutorado em Física na Universidade Nacional de La Plata. Graças a Bernardo Houssay, lhe foi concedida uma bolsa anual para realizar trabalhos de investigação sobre radiação atômica no Laboratório Curie em Paris. Nasce seu primeiro filho, Jorge Federico. Em 1939 foi transferido para o Massachusetts Institute of Technology (MIT), deixando Paris antes do estouro da Segunda Guerra Mundial.
Voltou a Argentina em 1940 para ser professor da Universidade de Buenos Aires. Em 1943, devido a uma crise existencial, decide afastar-se definitivamente da área científica, para se dedicar completamente à literatura e a pintura.
Ao final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, nasce seu segundo filho, Mario Sábato que será um reconhecido diretor de cinema.
Em 1945 publica seu primeiro livro, Nós e o universo, unm série de artigos filosóficos nos quais critica a aparente neutralidade moral da ciência e alerta sobre os processos de desumanização nas sociedades tecnológicas. Com o tempo, vai construindo uma postura libertária.
1948 marcou o início do repentino prestígio de Sabato: publicou seu primeiro romance, O túnel, de polida construção psicológica de personagens e de apurada narrativa. Enraizada no existencialismo, uma corrente filosófica de enorme difusão no pós-guerra, O túnel recebeu críticas entusiastas de Albert Camus que fez com que a obra fosse traduzida ao francês por Gallimard.
Em 1961 publica Sobre heróis e tumbas, que foi considerada como o melhor romance Argentino do século XX. Se trata de um romance complexo, no qual a história de decadência de uma família aristrocrática se intercala com um comovedor relato intimista sobre a morte do General Juan Lavalle, herói da Independência argentina, e sobre a qual se fez uma peça poética-musical anos depois, com o músico Eduardo Falú, com o título de Romance para a Morte de Juan Lavalle.
"Quando decidi usá-lo em meu romance, não era, de modo algum o desejo de exaltar Lavalle, nem de justificar o fuzilamento de outro grande patriota como foi Dorrego, mas sim de conseguir através da linguagem poética o que jamais se consegue através de documentos de partidários e inimigos; tentar penetrar nesse coração que abriga o amor e o ódio, as grandes paixões e as infinitas contradições do ser humano em todos os tempos e circunstâncias, o que só se consegue através do que se deve chamar de poesia, não no sentido estreito e equivocado que é dado em nosso tempo a essa palavra, mas sim em seu mais profundo e primordial significado."
O romance inclui também o famoso Informe sobre cegos que as vezes foi publicado como peça separada, e que serviu de base para um filme. Se trata de um texto tortuoso que coloca o protagonista nu, ambiente infernal e opressivo, em uma história de pesadelo e paranóia, que transcorre nos sótãos e subterrâneos de Buenos Aires.
No ano de 1975 recebeu o Prêmio de Consagração Nacional da Argentina. Dois amos mais tarde recebeu na Itália o Prêmio Medici.
Por solicitude do presidente Raúl Alfonsín, presidiu entre 1983 e 1984 a CONADEP (Comição Nacional sobre o Desaparecimento de Pessoas), cuja investigação, publicada no livro Nunca Más, abriu as portas para o julgamento dos militares da ditadura argentina.
Em 1984 recebeu o Prêmio Cervantes. No ano de 1987 foi homenageado na França como Comandante da Legião de Honra. Dois anos mais tarde, em 1989, recebeu em Israel o Prêmio Jerusalém. No mesmo ano recebeu um Doutorado honoris causa da Universidade de Murcia, na Espanha.
No ano de 1991 recebeu um Doutorado honoris causa da Universidade de Rosario, na Argentina. A mesma honra lhe foi outorgada por parte da Universidade de Turín, na Itália, em 1995, mesmo amo em que morre seu filho Jorge em um acidente automobilístico.
Na atualidade, reside em Santos Lugares, Província de Buenos Aires, aonde se dedica somente a pintura, já que por proibição médica não pode nem ler nem escrever.
Textos autobiográficos
Não é possível realizar uma biografia de Ernesto Sabato sem mencionar o que Sabato disse de Sabato.
Sabato descreve sua estadia em Paris: "durante esse tempo de antagonismos, pela manhã me sepultava entre eletrômetros e provetas e anoitecia nos bares, com os delirantes surrealistas. No Dome e no Deux Magots, alcoolizado com aqueles enviados do caos e da transgressão, passávamos horas elaborando cadáveres refinados"
"Eu sou um anarquista! Um anarquista no sentido melhor da palavra. O povo crê que anarquista é aquele que põe bombas, mas anarquistas foram os grandes espíritos como, por exemplo, Leon Tolstoi". (Entrevista no diário O Tempo, Bogotá, 22 de junho de 1997)
Obras
Nós e o universo, 1945.
O túnel, 1948.
Homens e Engrenagens, 1951.
Heterodoxia, 1953.
O outro rosto do peronismo, 1956.
Sobre heróis e tumbas, 1961.
O escritor e seus fantasmas, 1963.
Tango, discussão e chave, 1963.
Aproximação à literatura de nosso tempo: Robbe-Grillet, Borges, Sartre, 1968.
Abaddón, o exterminador, 1974.
A cultura na encruzilhada nacional, 1976.
Defesas e Recusas, 1979.
Entre a Letra e o Sangue, 1988.
Antes do Fim, 1998.
A Resistência, 2000.
Espanha nos diários de minha velhice, 2004

LIVRO ESCOLHIDO -- EDITORA COMPANHIA DAS LETRAS

A RESISTÊNCIA

Em A resistência, na forma de cartas pessoais ao leitor, temas como a internet, a onipresença da televisão, o terrorismo, a intolerância religiosa, a mercantilização da arte, as novas formas de opressão social e a degradação da natureza são vistos pelo prisma da desumanização dos indivíduos.Com um olhar ao mesmo tempo lúcido e apaixonado, embasado na melhor tradição humanista do Ocidente, Sabato se recusa a aceitar passivamente o avanço da barbárie e o embotamento da sensibilidade do homem. Incita o leitor à resistência, propondo como armas o afeto interpessoal, a solidariedade com os mais fracos, a defesa da liberdade de pensamento e imaginação.Nestas páginas sinceras e tocantes decanta-se toda a sabedoria acumulada ao longo da rica existência desse ex-comunista e ex-surrealista, desse físico que trocou a ciência pela literatura, pela pintura e pela defesa dos direitos humanos. Apesar do tom sombrio do balanço, Sabato insiste na esperança, intuindo que estamos no limiar de uma nova mudança, desta vez em favor do homem.

ALI, TARIQ

TARIQ ALI

Tariq Ali é jornalista, escritor, historiador, cineasta e ativista político. Nascido em 1943 no Paquistão, atualmente vive na Inglaterra, onde colabora com diversos periódicos e é um dos editores da revista New Left Review. É especialista em política internacional e tem se destacado com análises sobre o Oriente Médio e a América Latina.
LIVRO ESCOLHIDO - BOITEMPO EDITORIAL

O PODER DAS BARRICADAS
A década de 1960 – e, dentro dela, o explosivo ano de 1968 – ainda hoje é referência em termos de mobilização da juventude, utopia, revolução de costumes e liberação da mulher. Há quarenta anos, jovens do mundo todo se manifestavam contra a Guerra do Vietnã e transformavam as relações pessoais estabelecidas pela moral conservadora. Em todos os cantos, lutavam contra o autoritarismo e a repressão com as armas que possuíam, questionando estruturas sociais e de poder por meio da arte, da música e do comportamento. Se esses anos de luta não conseguiram mudar o mundo como pretendiam seus protagonistas, com certeza imprimiram transformações significativas.O escritor paquistanês Tariq Ali viveu os anos 1960 intensamente, participando de acontecimentos políticos na Europa, na Ásia e nas Américas. Sua trajetória está relacionada aos episódios mais relevantes da década e é relatada em O poder das barricadas: uma autobiografia dos anos 60. O livro traça um panorama fundamental para a compreensão da avalanche de protestos que tomou conta do mundo durante o período.A edição original da obra é de 1987, jamais publicada no Brasil. A Boitempo se baseou na versão de 2005, revista e ampliada pelo autor. Tariq Ali preferiu desconsiderar críticas ao texto original sob o argumento de que “não se deve ajustar a História às necessidades do presente”. Partindo desse ângulo, o livro retrata o que autor chama de “tempos de esperança”, com sua diversidade e riqueza cultural e política. A versão ampliada conta ainda com uma entrevista com John Lennon e Yoko Ono feita por Tariq Ali, em 1971.O poder das barricadas: uma autobiografia dos anos 60 nos leva de Paris a Praga, passando por Hanói e Bolívia, com direito a encontros com figuras como Malcolm X, Bertrand Russell, Chu En-lai, Edward Said e Marlon Brando. O livro captura em detalhes o clima e a energia dos anos 1960, algo inesquecível mesmo para quem considera perda de tempo os acontecimentos do período. O sociólogo Emir Sader, responsável pela orelha do livro, sintetiza o impacto do texto: trata-se de “um grande elogio à militância política, que mostra a descoberta da rebeldia. Não se trata apenas de um livro de memórias, mas de uma introdução à política revolucionária, ao que significa ser militante”.