FREI BETTO

FREI BETTO

O frade dominicano Carlos Alberto Libânio Christo (Frei Betto) nasceu em Minas Gerais, em 1945. Escritor, educador, jornalista, antropólogo e filósofo, é um dos intelectuais brasileiros mais respeitados internacionalmente. Em 1998, foi o primeiro brasileiro a receber o Prêmio Paolo E. Borselino, na Itália, pelo seu trabalho em prol dos direitos humanos. Ex-dirigente da juventude Estudantil Católica, foi preso pelo regime militar em 1969. Ao sair da prisão, em 1974, mudou-se para Vitória (ES), onde passou a trabalhar com pastorais populares. Defensor do que chama de “fé encarnada, engajada”, atuava no ABC Paulista quando eclodiu a greve dos metalúrgicos, da qual emergiria o Partido dos Trabalhadores (PT). Tornou-se, desde então, um dos maiores amigos de Lula, que o convidou para integrar o Governo, participando do Fome Zero.
Publicou 49 livros, no Brasil e no exterior, sempre com grande êxito entre o público.

LIVRO ESCOLHIDO - EDITORA ROCCO

CALENDÁRIO DO PODER

Entre 2003 e 2004, Frei Betto ocupou o cargo de assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, incumbido da mobilização social do programa Fome Zero. Ao longo daquele período, manteve o hábito de, mensalmente, prestar contas ao presidente da República, por escrito, de sua atuação no governo federal. Esse material serviu de base ao Calendário do poder, documento de inestimável valor histórico e que familiariza o leitor com as entranhas do poder.
Neste livro, Frei Betto divide com o público, entre outros temas, os avanços do Fome Zero e a angústia de ver o programa esvaziado pela burocracia estatal; as reuniões ministeriais; o contato com os governadores; as conversas com o presidente e as cartas a ele remetidas; a implantação de uma extensa Rede de Educação Cidadã; os indícios de corrupção e as tensões no interior do governo.
Com o lançamento de A mosca azul – reflexão sobre o poder, por esta editora, em 2006, Frei Betto suscitou em muitos leitores a curiosidade por sua trajetória de 24 meses no governo Lula. Eis que agora ele oferece, em O calendário do poder, a mais transparente e contundente obra já publicada por quem teve o privilégio de ocupar um gabinete no Palácio do Planalto, o coração do poder.

GUSMÁN, LUIS

LUIS GUSMÁN
Luis Gusmán nasceu em Buenos Aires em 1944. Como escritor se destacou tanto na área do ensaio como do romance. O lançamento de seu primeiro romance O Vidrinho (1973) o converteu num autor de referência pelo seu estilo pessoal e proposta transgressora na leitura de certos tópicos da psicanálise. Publicou outros sete romances em espanhol: Brillos (1975), Cuerpo Velado (1978), En el Corazon de Junio (1983) (Prêmio Boris Vian 1993), La Musica de Frankie (1993), Villa (1995), Tennessee (1997) – levado ao cinema sob o título Sottovoce – e Hotel Eden (1999). Escreveu também dois livros de contos: La Muerte Prometida (1986) e Lo Mas Oscuro del Rio (1990), além de um relato autobiográfico intitulado La Rueda de Virgilio (1989). Gusmán colabora assiduamente como colunista nos mais importantes jornais da Argentina.

 
LIVRO ESCOLHIDO - EDITORA ILUMINURAS

 
O VIDRINHO ( L )

"Sobre O Vidrinho teria que se dizer que é um romance policial em que o assassino, a vítima, o detetive e o narrador são a mesma pessoa." Essas palavras, do escritor argentino Ricardo Piglia sobre o texto de seu conterrâneo Luis Gusmán, nos dão uma idéia do que podemos esperar desse livro aterrador.

PAVESE, CESARE

CESARE PAVESE

Nascido em 1908 em Santo Stefano Belbo, Langhe (Itália), foi um dos mais proeminentes vultos da literatura e crítica literária italiana do pós-guerra e também um dos responsáveis pela introdução em Itália dos grandes escritores americanos. Passou grande parte da sua vida em Turim, tendo conhecido intelectuais como Ginzburg, Bobbio e Pinelli durante os seus tempos de estudante no Liceo d’Azeglio. Depois de licenciado pela Universidade de Turim, com uma tese sobre a poesia de Walt Whitman, em 1930, começou a trabalhar como tradutor (principalmente de inglês, língua pela qual desde muito cedo se interessou). Em 1933 ajudou Giulio Enaudi a fundar a editora Einaudi. Em 1935, por defender ideais anti-fascistas, Pavese foi preso e mais tarde exilado para o Sul de Itália (período durante o qual escreveu o conjunto de poemas “Lavorare stanca”, publicado em 1936). Um ano depois, de volta a Turim, trabalhou com Einaudi como editor e tradutor. Durante a guerra, Pavese foi convocado para integrar o exército fascista, mas acabou por passar seis meses num hospital militar, pelo facto de ser asmático. Quando regressou a Turim, toda a cidade estava ocupada por tropas alemãs, o que o fez refugiar-se nas montanhas de Serralunga di Crea, perto de Casale Monferrato, abstendo-se de apoiar qualquer uma das partes em conflito nesse território. Depois da guerra, inscreveu-se no Partido Comunista Italiano, começando a trabalhar no órgão de imprensa do mesmo partido, o “L’Unitá”. Já perto da morte, Pavese fez sucessivas visitas à sua terra natal, Le Langhe, onde havia passado grande parte da sua infância. Porém, em 1950, as desilusões amorosas e políticas que vinha sofrendo levaram-no a cometer suicídio num quarto de hotel por meio de uma overdose de barbitúricos (situação que podemos comparar com a última cena do seu livro “Tra Donne Sole”).


LIVRO ESCOLHIDO - EDITORA BERTRAND BRASIL


O OFÍCIO DE VIVER

“Tudo isso dá nojo. Não palavras. Um gesto. Não escreverei mais.”
Com essas palavras terríveis e tristemente proféticas, conclui-se o Ofício de Viver, diário do escritor italiano. Tristemente proféticas porque o autor se mataria poucos dias depois de redigir essas linhas.
Das relações amorosas às dúvidas acerca da sua literatura, passando pela análise de suas emoções e angústias, o texto é pungente em seu desnudamento da alma de um grande artista.

LIVRO ESCOLHIDO - EDITORA COSAC NAIFY
TRABALHAR CANSA
Com um verso mais narrativo, aberto à prosa da vida cotidiana, Pavese retratou as noites insones das cidades, as figuras de proletários, camponeses, prostitutas, bandidos, bêbados e mendigos vivendo seu drama diário. No contexto da Itália fascista, o poeta marca um momento de virada, renovação e revitalização da poesia italiana, dominada então por tendências mais herméticas e de "poesia pura". Depois dessa primeira experiência, Pavese passou a dedicar-se quase exclusivamente à prosa.