GRAVES, ROBERT



ROBERT GRAVES




Romancista e poeta inglês nascido em Londres.

O sofrimento vivido durante a primeira guerra mundial foi a matéria prima para os primeiros livros de poemas: Over the Brazier (1916) e Fairies and Fusiliers (1917). Ao deixar o exército (1919) graduou-se em Oxford e passou a dar aulas em diversas universidades.

Publicou o ensaio On English Poetry (1922) e exerceu a cátedra de literatura inglesa na Universidade do Cairo, no Egito (1926-1929). Consagrou-se com sua famosa autobiografia de seus anos juvenis, Good-Bye to All That (1929), onde estavam salientados os horrores da guerra e o desencanto amoroso que culminaria na inviabilidade de seu primeiro casamento. O sucesso dessa publicação motivou-o a escrever dois romances de natureza épica que consolidariam seu prestígio: I, Claudius (1934) e Claudius the God and his Wife Messalina (1934). Depois vieram os romances Count Belisarius (1938), sobre o general do império bizantino, e The Golden Fleece (1944).

Dedicou-se também ao estudo de inúmeros idiomas e mitologias. Sempre interessado pelo mundo mediterrâneo clássico, passou a residir em Deià (1946), uma aldeia de pescadores em Palma de Maiorca, onde ficou até morrer, aos noventa anos, deixando a impressionante marca de mais de uma centena de livros publicados. Durante o resto de sua vida em Maiorca, fez viagens para vários outros países como os Estados Unidos e proferiu conferências em inúmeras universidades.

LIVRO ESCOLHIDO - EDITORA EDIOURO

O GRANDE LIVRO DOS MITOS GREGOS

O Grande Livro dos Mitos Gregos, de Robert Graves, é o mais completo, profundo e minucioso levantamento da miríade de mitos que cimentou a ideologia na sociedade grega antiga e que, por conseqüência, influenciou e influencia até hoje a Civilização Ocidental.

É assim que, decorridos mais de cinco milênios desde quando – conforme Graves – a mitologia grega começa a se estabelecer, ainda temos suas referências no pensamento atual.

O autor levou quase seis anos para escrever esse livro. Um trabalho de arqueologia profunda, no qual pinçou cuidadosamente os mitos clássicos e configurados, eliminando assim a profusão de lendas e outras narrativas que campearam toda a Grécia Antiga. É um trabalho de enorme fôlego, declinado em quase 900 páginas metodicamente organizadas em 171 capítulos. Perpassa desde os mitos da criação do mundo até a Odisséia. Cada mito é narrado, comentado e seus feitos e personagens são correlacionados à estrutura do pensamento moderno.


DAVIES, NORMAN




NORMAN DAVIES
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Historiador, professor emérito da Universidade de Londres.





LIVRO ESCOLHIDO - EDITORA RECORD

EUROPA NA GUERRA 1939/1945: UMA VITÓRIA NADA SIMPLES


Davies produziu uma narrativa extraordinariamente lúcida, que foge ao convencional, reorganizando fatos bem estabelecidos que até agora vinham sendo rigidamente segregados. Hoje não resta dúvida de que o regime stalinista montou uma máquina de assassinatos em massa e que a proeminência do seu papel na derrota do Terceiro Reich exige grandes ajustes na narrativa convencional. Incorporando todas essas pesquisas, Davies oferece ainda ao leitor uma perspectiva detalhada de como a guerra vem sendo retratada em filmes, arte e literatura e como tal perspectiva afeta a percepção pública do conflito. Mas o melhor do livro é que Davies não se limita ao confortável papel de apenas desconstruir a narrativa convencional.O historiador se arrisca a recontar a história da guerra com base nas novas perspectivas e nas novas pesquisas, que não se revelam nada agradáveis à autocomplacência que predomina nos relatos tradicionais. Se você ensina às crianças que a guerra começou em 1941, elas tendem a imaginar que os Estados Unidos eram todo-poderosos desde o início. E não é difícil fazê-las acreditar que a omissão americana em desafiar Stalin deva ser creditada a fatores pessoais ou a um saudável “isolacionismo”. Mas não foi o caso. Davies argumenta que as forças americanas não tinham nenhuma paridade com a URSS até o início do ano de 1945, que o Exército Vermelho obteve as maiores vitórias contra a Alemanha nazista e que foi o comunismo soviético, não a democracia liberal, a fazer os maiores avanços. Outros dos grandes equívocos que a memória da guerra congelou foi designá-la como “guerra antifascista”. Neste ponto Davies recorre à cronologia. Houve um breve interlúdio, entre 1939 e 1941, no qual o movimento antifascista não foi universalmente aclamado pelo embaraçoso constrangimento provocado pela associação entre Stalin e Hitler. Somente com a invasão da Rússia pelos alemães o mundo retornou aos confortáveis trilhos maniqueístas e o antifascismo voltou à moda com tudo, mostrando-se particularmente apropriado à perspectiva americana, que precisava desesperadamente de uma “cruzada moral contra o Mal”. A partir daí, Stalin começou a posar tranquilamente como o benevolente “tio Joe”. Lembre-se de que este foi o clima reinante na coalizão dos “três grandes” no período da guerra e que este constituiu o espírito no qual os primeiros relatos de guerra se viram escritos. A memória não congela a narrativa valendo-se apenas de distorções, mas também de ausências e silêncios. Apoiado em dados sólidos, por isto mesmo estarrecedores, Davies mostra que as maiores instalações do Gulag soviético, os gigantescos campos de Kolima ou de Vorkuta, facilmente ultrapassavam em tamanho os maiores campos de concentração das SS, em Auschwitz ou Majdanek. O sistema soviético parece não ter tido nenhum equivalente às “fábricas nazistas exclusivas da morte”, como Treblinka, Sobibór ou Belzec. De qualquer forma, é de lamentar que Auschwitz, e não Treblinka, tenha sido escolhido como o local emblemático de lembrança do Holocausto. É um paradoxo que os libertadores de Auschwitz, os soldados do Exército Vermelho, fossem servos de um regime que tinha campos de concentração ainda maiores do que aquele que resgataram. Os historiadores têm de pelejar contra um fenômeno que Pierre Nora chamou de “lugares de memória”, ou seja, locais e monumentos históricos que exercem um apelo tão forte às pessoas que excluem ou minimizam todos os demais. Os massacres nas florestas de Katyn não foram nem de longe uma das maiores atrocidades da Segunda Guerra, mas a história posterior de sua vergonhosa ocultação serve como um teste decisivo de honestidade histórica. Cerca de 4,5 mil cadáveres de oficiais aliados (em sua maioria, poloneses) haviam sido descobertos pelos alemães em 1943. Havia provas circunstanciais de que o assassinato coletivo fora cometido pelos russos, mas todos atribuíram a culpa aos alemães. Os governos ocidentais recusaram-se a mencionar o assunto, exceto para apontar o dedo na direção dos nazistas, e o mundo foi mantido no escuro por 50 anos. Somente em 1990 Mikhail Gorbachev admitiu a culpa dos soviéticos e Boris Yeltsin, alguns anos depois, apresentou a prova, uma ordem de execução, assinada por Stalin, em março de 1940. Mas, até hoje, Katyn não foi enquadrado, nem pelas potências ocidentais, na categoria dos “crimes de guerra”, já que tal designação é usada apenas para referir-se aos crimes dos “inimigos”. A história é sujeita a malversações e congelamentos da memória, e a Segunda Guerra, que em grande medida criou o mundo atual, apresenta tentações especiais. Se é difícil para o indivíduo reconciliar-se com a própria memória, pode-se supor longo e doloroso o caminho das sociedades para descongelar o passado. Livros como o de Norman Davies mostram que a verdade histórica, ainda que relativa, pode ser um atalho libertador.

VIDAL-NAQUET, PIERRE


PIERRE VIDAL-NAQUET


Historiador, professor da École des Hautes Etudes en Sciences Sociales, diretor do Centre Louis Gernet, fundado por Jean Pierre-Vernant. Intelectual de renome internacional, é autor de numerosas obras sobre a Grécia Antiga e sobre História Contemporânea. Especialista em história da Grécia, era filho de judeus massacrados pelos nazistas e desde cedo engajou-se na denúncia de todo esforço para minimizar o holocausto. Quando a França meteu-se na Guerra da Argélia, nos anos 50, Vidal-Naquet publicou uma obra competente e corajosa: "A tortura na República", onde denunciava a violência das tropas francesas contra prisioneiros argelinos. Trabalho pioneiro sobre maus tratos de presos políticos, o livro comoveu o país. Pela primeira vez a prática da tortura era descrita sem falsos pudores, demonstrando o sofrimento de vítimas e o esforço das autoridades para encobrir os próprios crimes. Judeu interessado nos direitos de árabes, o exemplo de Vidal-Naquet é honroso e atualíssimo.


LIVRO ESCOLHIDO - EDIT. COMPANHIA DAS LETRAS


O MUNDO DE HOMERO  ( L! )

Com suas duas grandes epopéias - a Ilíada e a Odisséia -, Homero é o poeta fundador da literatura ocidental. Pode-se mesmo dizer que, de um modo ou de outro, quase tudo o que se escreveu depois tem relação com seus poemas. Homero não é, entretanto, um autor bem conhecido. Discute-se, por exemplo, se seu nome encobre um, dois ou até diversos poetas. Discute-se, também, a relação de seus textos com a realidade histórica. No século passado, Schliemann pensava ter descoberto o sítio exato de Tróia na colina turca de Hissarlik. Hoje os arqueólogos e os historiadores não têm tanta certeza, mas, em compensação, outros aspectos da sociedade grega arcaica, como o surgimento da pólis, são compreendidos de forma mais adequada.Dirigindo-se tanto ao especialista como ao leitor comum, Vidal-Naquet apresenta uma síntese das principais questões relacionadas à identidade de Homero e à Grécia antiga. Com base nos estudos sobre as epopéias de Kosovo, oferece um conjunto de hipóteses bastante plausíveis relativas à gestação da Ilíada e da Odisséia.

CARRIÈRE, JEAN CLAUDE

JEAN CLAUDE CARRIÈRE

Nasceu em 17 de setembro de 1931, França. Escritor, roteirista, dramaturgo e ensaísta. Trabalhou como roteirista dos principais cineastas do mundo: Buñuel, Godard, Louis Malle, Milos Forman, Carlos Saura, Andrzej Wajda e Hector Babenco e adaptou para o teatro o épico indiano, o Mahabharata. Foi presidente da Federação Européia dos Ofícios da Imagem e do Som (FEMIS) e escreveu com Pascal Bonitzer um livro definitivo sobre a arte do roteiro: O exercício do roteiro, com a finalidade de ensinar a “captar e manter a atenção do espectador”. É um mestre na arte de contar histórias. E mestre no sentido pleno da palavra, pois dá aulas de roteiro pelo mundo afora, inclusive no Brasil com uma Oficina de roteiros para cinema, que realizou na FUNARTE de Brasília, em setembro de 1996. Numa entrevista com Betty Millan disse “Contar e matar, contar e morrer freqüentemente parecem ligados. Porque Xerazade, com seus mil e um contos, afasta de si a morte? Pela equivalência entre a história e a vida, mas sobretudo porque contar é matar e vencer a morte”. Conhecedor de tantas histórias, resolveu registrá-las no papel e escreveu O círculo dos metirosos (Códex, 2004) Realizou mais de 50 filmes, dentre os quais: Diário de uma camareira (1964); A bela da tarde (1967); Via Láctea (1969); Fantasma da liberdade (1974); Esse obscuro objeto do desejo (1977); O processo da revolução (1983) e Sombras de Goya (2006). Após ter estudado longamente o hinduismo para fazer a adaptação do Mahabharata, foi à Índia em 1994 para se encontrar com o Dalai Lama

LIVRO ESCOLHIDO - EDITORA EDIOURO

CONTOS FILOSÓFICOS DO MUNDO INTEIRO

Jean-Claude Carrière compilou, por mais de dez anos, contos dos mais diferentes povos. São histórias engraçadas, inteligentes e, muitas vezes, misteriosas, mas que tocam todos os pontos da interrogação humana, aguçando a curiosidade e a inquietude. Em uma história é difícil discernir o verdadeiro do inventado, uma vez que, algum tempo depois, o real e o imaginário se unem.

HARI, DAOUD



DAOUD HARI

Daoud Hari é membro de uma tribo sudanesa da região de Darfur. Ele trabalha como intréprete e guia para ONGs e jornais em busca de fatos por essa perigosa região, arrasada por conflitos sanguinários.
Hari foi capturado e detido como espião pelo governo do Sudão, em agosto de 2006. Na ocasião estava em companhia de Paul Salopek, vencedor do Prêmio Pulitzer, e seu motorista A (conhecido como "Ali").
Por meses os três foram espancados e passaram por muitas privações. Ao serem soltos, após grande clamor internacional de diplomatas e militares americanos, do cantor Bono e até mesmo do Papa, Hari mudou-se para os EEUU, onde começou a escrever suas memórias a fim de atrair a atenção do mundo para a situação de seu país e de seu povo.
Em 2008, Hari publicou suas memórias sob o título: OTradutor: Memórias de um Membro Tribal de Darfur (The Translator: A Tribesman’s Memoir of Darfur).
D. Hari também é conhecido como Suleiman A. M. Como ele explica em suas memórias, esta é uma identidade falsa, inventada por ele para se fazer passar por cidadão do Chade e assim poder trabalhar como intérprete nos campos sudaneses de refugiados. Pela lei do Chade, apenas seus cidadãos têm permissão para trabalhar nesses locais.

LIVRO ESCOLHIDO - EDITORA ROCCO
O TRADUTOR - MEMÓRIAS DE UM HOMEM QUE DESAFIOU A GUERRA

Daoud Ibarahaem Hari nunca vai se esquecer do dia em que helicópteros do exército sudanês destruíram seu vilarejo em Darfur. Apesar de seu pai e de sua mãe terem escapado dos tiros de metralhadora disparados contra a população civil, seu querido irmão Ahmed, membro da resistência, morreu no campo de batalha. Indignado contra essa e tantas outras barbaridades cometidas contra homens, mulheres e crianças de seu país, Hari decidiu arriscar sua vida para denunciar ao mundo o genocídio no Sudão. Em vez de armas, porém, ele preferiu usar outra estratégia: a habilidade para falar árabe, inglês e zaghawa. Guia e tradutor de repórteres estrangeiros que cobriram a guerra iniciada em 2003, Daoud Hari contou com a ajuda dos jornalistas Dennis Michael Burke e Megan K. McKenna para dar o seu impressionante testemunho sobre a sinistra situação de sua terra natal no livro O tradutor – Memórias de um homem que desafiou a guerra.
Com a mesma fé e coragem com que conduziu jornalistas europeus e estadunidenses pelas montanhas de Darfur, o jovem da tribo zaghawa relata a crueldade com que o governo do Sudão perseguiu a sua tribo e o seu próprio povo, no objetivo de aniquilar seus povoados e abrir espaço para a exploração de petróleo no território sudanês. Milhões de pessoas refugiaram-se em abrigos no Chade, país vizinho, e centenas de milhares perderam a vida.
O horror implementado pelo governo sudanês deflagrou uma guerra civil, que mobilizou grupos rebeldes armados em todo o país, inclusive em suas fronteiras. Mover-se pelo conturbado Sudão era uma aventura tão perigosa e impactante que surpreendia até mesmo experientes membros da imprensa internacional. Uma repórter francesa, depois de ver corpos de crianças mortas durante o conflito, passou vários dias no hospital, sem falar, comer ou beber.
Da tragédia que se abateu sobre o Sudão, Daoud Hari transmite aos seus leitores uma mensagem de esperança, com os exemplos de solidariedade e dignidade que encontrou no país dividido pelas armas. Preso, torturado e acusado de espionagem, Hari –- ou Suleiman Abakar Moussa, na falsa identidade chadiana – exilou-se e hoje é um admirado militante dos direitos humanos nos EUA. Das memórias de um humilde tradutor que desafiou a guerra vem a lembrança de que a paz depende do esforço e da contribuição de cada um de nós.

ABULHAWA, SUSAN


SUSAN ABULHAWA

Susan Abulhawa, filha de pais refugiados da Guerra dos Seis Dias, é uma escritora americana de origem palestina. Viveu em vários lugares do Oriente Médio antes de se estabelecer nos EUA, onde fez pós-graduação em ciências biológicas. Frustrada pelas notícias tendenciosas sobre a situação de seu povo, começou a escrever ensaios para jornais, como o New York Daily News, Chicago Tribune, Christian Science Monitor, Philadelphia Inquirer etc. Em 2002, ao testemunhar a barbárie que ocorreu em Jenin, resolveu contar a história do seu povo. Ao regressar da visita, fundou a Playgrounds for Palestine, para construir áreas de lazer para as crianças de territórios ocupados. Como escritora participou de duas antologias: Shattered Illusions e Searching Jenin.



LIVRO ESCOLHIDO - EDITORA RECORD
A CICATRIZ DE DAVID

Passado entre 1941 e 2002, A CICATRIZ DE DAVID é um romance pungente, que tenta entender uma das mais intricadas questões geopolíticas da humanidade. A autora, filha de refugiados palestinos, conhece de perto a realidade que trata nesta saga. Uma história que remonta aos momentos iniciais da criação do Estado de Israel e à expulsão dos palestinos, seguindo pelas as guerras e conflitos que duram até hoje.Com a criação do novo Estado 1948, a família palestina de Dalia e Hasan, que vive ao ritmo da colheita da azeitona em Ein Hod, vê seu destino mudar. O pequeno povoado torna-se importante peça do esforço sionista para estabelecer e expandir o Estado recém-formado. Durante a expulsão dos palestinos, o filho mais novo do casal, Ismael, marcado por uma cicatriz no rosto, é roubado pelo oficial israelense Moshe e entregue como presente à sua esposa Jolanta, uma sobrevivente de campo de concentração que não podia engravidar devido à violência praticada sexual por guardas nazistas. Dali em diante, o menino passa a se chamar David, e é educado segundo os preceitos da religião judaica, ignorando suas origens e desprezando os árabes, enquanto os membros de sua família biológica são expulsos das terras e deslocados para um campo de refugiados em Jenin, administrado pela ONU. É lá que nasce Amal, caçula de Dalia e Hasan e narradora desta saga de um mundo dividido. Seu nome significa esperança, algo que Dalia perdeu depois de anos de guerra e opressão, esperando retornar à amada Palestina de seus ancestrais. Pelos olhos de Amal, os leitores conhecem a rotina de gerações de refugiados e as humilhações impostas aos palestinos pelo exército israelense. Testemunham também histórias de amor que ultrapassam as barreiras das batalhas e do ódio, nascimentos de crianças e jovens desenvolvendo uma apreciação pela poesia e os estudos. Aguardando um hipotético retorno à terra natal, Yousef e Amal, os filhos sobreviventes da família dizimada, terão de amadurecer e dar sentido à suas vidas.Enquanto isso, Moshe, angustiado pelo remorso, ainda ouve os gritos da mãe da criança que seqüestrou. Sua inquietação é multiplicada pelo sonho de um lugar seguro para o povo judeu estar mergulhado em sangue. Dalia, sufocada pela demência, recebe a notícia de que o marido foi dado como morto após a guerra. Seu filho mais velho, Yousef, é constantemente espancado e torturado.Vinte anos depois de seu seqüestro, o jovem David seguirá para o front durante a Guerra dos Seis Dias, onde se defrontará com o irmão Yousef, combatente da causa palestina, que o reconhece pela sua cicatriz. É o início de uma guerra fratricida entre o irmão mais velho, vencido pelo ódio, e Ismael-David, que se tornou inimigo do próprio povo, e de uma longa jornada em busca da verdadeira identidade de um homem partido ao meio. Resta à narradora, Amal, que parte para os Estados Unidos para viver o sonho americano, preservar a memória da Palestina e dos entes próximos.



(p/ Felipe Vieira, RS, 15/01/2009)