CORTÁZAR, JULIO


JULIO CORTÁZAR


Belga de pais argentinos, voltou à Argentina aos quatro anos de idade. Filho de pai Diplomata. Seus pais se separaram posteriormente e foi criado pela mãe, uma tia e uma avó. Formou-se professor e lecionou em algumas cidades do interior do país, inclusive na Universidade de Cuyo, mas renunciou ao cargo quando Perón assumiu a presidência. Em 1951, Cortázar, por não concordar com a ditatura na Argentina, partiu para Paris (França), onde trabalhou como tradutor da Unesco e viveu até a sua morte, por leucemia, em 1984. Foi enterrado no cemitério de Montparnasse.
Em 1961, Cortázar visita Cuba pela primeira vez, época de intensificação de seu fascínio pela política. No mesmo ano teve um livro traduzido para o inglês. Em 1962, lança "Historias de Cronopios y Famas". 1963 marcou o lançamento de "Rayuela", que teve cinco mil cópias vendidas no mesmo ano. Em 1959 saiu o volume "Final del Juego". Seu artigo "Para Llegar a Lezama Lima" foi publicado na revista "Union", em Havana. Depois desses anos, Cortázar se comprometeu politicamente na libertação da América Latina sob regimes ditatoriais.
Seu livro mais conhecido é o romance O Jogo da Amarelinha (1963), que permite várias leituras orientadas pelo próprio autor. É autor de contos considerados como os mais perfeitos no gênero, maior parte de sua obra, reunidos em livros como Bestiário (1951), Final de Jogo (1956), Todos os Fogos o Fogo (1966) e As Armas Secretas (1959), para citar apenas alguns.
Cortázar inspirou um grande número de cineastas, entre eles o italiano Michelangelo Antonioni, cujo longa-metragem Blow-up foi baseado no conto As Babas do Diabo (do livro As Armas Secretas).
O escritor morreu em Paris, de leucemia, em 1984.

LIVRO ESCOLHIDO - EDITORA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA


O JOGO DA AMARELINHA


Em 1963, um romance de Julio Cortázar se junta à série de grandes obras publicadas por escritores latino-americanos. Um livro difícil, que apresenta uma série de técnicas inovadoras e se inscreve dentro do espírito da vanguarda. Vinte anos depois, 'O Jogo da Amarelinha' é consagrado um clássico, uma das obras mais importantes da literatura de língua espanhola ao lado de Cem anos de solidão, de Gabriel Garcia Márquez. 'O jogo da Amarelinha' é um labirinto literário no qual Cortázar discute os questionamentos do homem diante de seu destino, conflitos, dúvidas e paixões. Dividido em três partes, pode ser lido de diversas formas. Cada leitor cria o seu próprio livro e ritmo.

CARPEAUX, OTTO MARIA

OTTO MARIA CARPEAUX



Otto Maria Carpeaux (Otto Karpfen, de nascimento), filho de pai judeu e mãe católica, nasceu em Viena (Áustria), em 9 de Março de 1900, onde cursou o ginasial. Ingressou na faculdade de direito, por sugestão familiar, abandonando-a um ano depois. Estudou filosofia (doutorou-se em 1925), matemática (em Leipzig), sociologia (em Paris), literatura comparada (em Nápoles) e política (em Berlim); além de dedicar-se à música.
Em
1930 casou-se com Helena Carpeaux.
Dedica-se intensamente à
literatura e ao jornalismo político. Converte-se à religião católica e torna-se homem de confiança de dois primeiros-ministros em Berlim, Engelbert Dollfuss e Kurt Schuschnigg, os últimos primeiro-ministros antes do Reich Alemão, respectivamente, o que o obrigando a seguir para o exílio. Em princípios de 1938 foge com a mulher para Antuérpia (Bélgica), onde ainda trabalha como jornalista na Gaset Van Antwerpen, maior jornal belga de língua holandesa.No Brasil
Diante da escalada
nazista, Carpeaux ainda sente-se inseguro e foge com a mulher, em fins de 1939, para o Brasil. Durante a viagem de navio, estoura a guerra na Europa. Recusando qualquer conciliação com o que estava acontecendo no Reich, muda seu sobrenome germânico Karpfen para o francês Carpeaux.
Ao desembarcar, nada conhecia da
literatura brasileira, nada sabia do idioma e não tinha conhecidos. Na condição de imigrante, foi enviado para uma fazenda no Paraná, designado para o trabalho no campo.
O cosmopolita e erudito Carpeaux ruma para
São Paulo. Incialmente passa dificuldades, sem trabalho, sobrevive à custa de desfeitas de seus próprios pertences, inclusive livros e obras de arte. Autodidata, o homem que já sabia inglês, francês, italiano, alemão, espanhol, flamengo, catalão, galego, provençal, latim e servo-croata, em um ano aprende e domina o português.
Em
1940, tenta ingressar no jornalismo nacional, mas não consegue. É então que escreve uma carta a Álvaro Lins, a respeito de um artigo sobre Eça de Queiroz. A resposta é feita em forma de um convite, em 1941, para escrever um artigo literário para o Correio da Manhã, do Rio de Janeiro. Seu artigo é publicado e um emprego é garantido. Iniciava uma publicação regular. Até 1942, Carpeaux escrevia os artigos em francês, que eram traduzidos.
Mostrando sua grande inteligência e erudição, divulgou autores estrangeiros e tornou-se um grande crítico literário. Nesse mesmo ano de
1942, Otto Maria Carpeaux naturalizou-se brasileiro. Ainda nesse ano, publica o livro de ensaios Cinzas do Purgatório.
Entre
1942 e 1944 Carpeaux foi diretor da Biblioteca da Faculdade Nacional de Filosofia. Em 1943, publica Origens e Fins.
De
1944 a 1949 foi diretor da Biblioteca da Fundação Getúlio Vargas. Em 1947 publica sua monumental História da Literatura Ocidental - o mais importante livro do gênero em língua portuguesa. Em 1950, torna-se redator-editor do Correio da Manhã. Em 1951, publica Pequena Bibliografia Crítica da Literatura Brasileira, obra singular na literatura nacional - reunindo, em ordem cronológica, mais de 170 autores de acordo às suas correntes, da literatura colonial até nossos dias. Sua produção crítica literária é intensa, escrevendo em jornais semanalmente.
Em
1953, publica Respostas e Perguntas e Retratos e Leituras. Em 1958, publica Presenças, e em 1960, Livros na Mesa.
Carpeaux foi forte opositor do
Golpe Militar, em 1964, redigindo artigos acerca da retrógrada autoridade da então nova ordem miltiar, participando de debates e eventos políticos.
Em
3 de fevereiro de 1978, sexta-feira de Carnaval, morre no Rio de Janeiro, de ataque cardíaco.


LIVRO ESCOLHIDO - EDIÇÕES DO SENADO FEDERAL


HISTÓRIA DA LITERATURA OCIDENTAL - 4 VOLUMES


Essa extensa obra aborda a herança da literatura grega, o mundo romano, o cristianismo, a fundação da Europa, o universalismo cristão, a literatura dos castelos e aldeias, a oposição burguesa e eclesiástica, a transição do Trecento, a Renascença e Reforma no Quatrocento e Cinquecento, o Barroco e Classicismo, o Rococó e a revolução pré-romântica, o Romantismo, a literatura burguesa do Realismo ao Naturalismo, o Fin de Siécle do Simbolismo até as revoltas modernistas e as tendências contemporâneas.