PAVESE, CESARE

CESARE PAVESE

Nascido em 1908 em Santo Stefano Belbo, Langhe (Itália), foi um dos mais proeminentes vultos da literatura e crítica literária italiana do pós-guerra e também um dos responsáveis pela introdução em Itália dos grandes escritores americanos. Passou grande parte da sua vida em Turim, tendo conhecido intelectuais como Ginzburg, Bobbio e Pinelli durante os seus tempos de estudante no Liceo d’Azeglio. Depois de licenciado pela Universidade de Turim, com uma tese sobre a poesia de Walt Whitman, em 1930, começou a trabalhar como tradutor (principalmente de inglês, língua pela qual desde muito cedo se interessou). Em 1933 ajudou Giulio Enaudi a fundar a editora Einaudi. Em 1935, por defender ideais anti-fascistas, Pavese foi preso e mais tarde exilado para o Sul de Itália (período durante o qual escreveu o conjunto de poemas “Lavorare stanca”, publicado em 1936). Um ano depois, de volta a Turim, trabalhou com Einaudi como editor e tradutor. Durante a guerra, Pavese foi convocado para integrar o exército fascista, mas acabou por passar seis meses num hospital militar, pelo facto de ser asmático. Quando regressou a Turim, toda a cidade estava ocupada por tropas alemãs, o que o fez refugiar-se nas montanhas de Serralunga di Crea, perto de Casale Monferrato, abstendo-se de apoiar qualquer uma das partes em conflito nesse território. Depois da guerra, inscreveu-se no Partido Comunista Italiano, começando a trabalhar no órgão de imprensa do mesmo partido, o “L’Unitá”. Já perto da morte, Pavese fez sucessivas visitas à sua terra natal, Le Langhe, onde havia passado grande parte da sua infância. Porém, em 1950, as desilusões amorosas e políticas que vinha sofrendo levaram-no a cometer suicídio num quarto de hotel por meio de uma overdose de barbitúricos (situação que podemos comparar com a última cena do seu livro “Tra Donne Sole”).


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O OFÍCIO DE VIVER

“Tudo isso dá nojo. Não palavras. Um gesto. Não escreverei mais.”
Com essas palavras terríveis e tristemente proféticas, conclui-se o Ofício de Viver, diário do escritor italiano. Tristemente proféticas porque o autor se mataria poucos dias depois de redigir essas linhas.
Das relações amorosas às dúvidas acerca da sua literatura, passando pela análise de suas emoções e angústias, o texto é pungente em seu desnudamento da alma de um grande artista.

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TRABALHAR CANSA
Com um verso mais narrativo, aberto à prosa da vida cotidiana, Pavese retratou as noites insones das cidades, as figuras de proletários, camponeses, prostitutas, bandidos, bêbados e mendigos vivendo seu drama diário. No contexto da Itália fascista, o poeta marca um momento de virada, renovação e revitalização da poesia italiana, dominada então por tendências mais herméticas e de "poesia pura". Depois dessa primeira experiência, Pavese passou a dedicar-se quase exclusivamente à prosa.

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