MELVILLE, HERMAN

HERMAN MELVILLE

Herman Melville, filho de Allan e Maria Gansevoort Melville, nasce a 1 de Agosto de 1819, em Nova Iorque. Após o colapso do negócio de importação da família, em 1830, e a morte do seu pai, passados dois anos, Melville interrompe os estudos. Em 1837, quando se torna professor de instrução primária perto de Pittsfield, Massachusetts, já havia trabalhado num banco, na quinta de um tio e no negócio do irmão. Embarcará, dois anos mais tarde, como marinheiro na Marinha Mercante, numa viagem que o levará até Liverpool. Em 1840, regressado aos EUA, vagabundeia por vários empregos, para embarcar, no ano seguinte, no baleeiro Acushnet, numa viagem que durará quatro anos. Em Outubro de 1844 desembarca em Boston, após múltiplas peripécias no mar e em terras distantes. Junta-se à família, começando a escrever as suas “aventuras”. Os seus dois primeiros livros, Typee (1846) e Omoo (1847) transformam-no num autor célebre e, apesar de Mardi (1849) ser um insucesso, é bem sucedido com Redburn, publicado no mesmo ano. A White-Jacket (1850) sucede-se Moby Dick (1851) e Pierre; or the Ambiguities (1852), novos fracassos editoriais. Em 1853 começa a escrever para revistas (a sua situação financeira nunca fora famosa) com Bartleby The Scrivener: A Story Of Wall Street, editado na publicação Putnam’s Monthly Magazine.A Israel Potter (1855) segue-se uma viagem à Europa e à Terra Santa. As passagens mais poderosas deste diário de viagem encontram-se em harmonia com o seu último romance, The Confidence-Man (1857). Em 1866, com Battle-Pieces and Aspects of the War, Melville inicia uma longa série de poesia, abandonando virtualmente a prosa. Nesse mesmo ano, consegue trabalho na alfândega de Nova Iorque. Nos anos seguintes escreve Clarel: A Poem and Pilgrimage in the Holy Land (1876), John Marr and Other Sailors (1888) e Timolean and Other Poems (1891). Nos finais de Setembro de 1891, morre, esquecido, em Nova Iorque. Só em 1924 será publicado Billy Budd, Sailor, obra que Melville terá deixado incompleta.

LIVRO ESCOLHIDO - EDITORA COSAC NAIFY

BARTLEBY, O ESCRITURÁRIO

Para ler a nova edição de "Bartleby, o Escrivão" - uma história de Wall Street, o leitor começa pelo desafio de ter de cortar, uma a uma, as vinte páginas não refiladas do livro. Só assim poderá libertar, aos poucos, este personagem enigmático da ficção moderna que, no dizer de Gilles Deleuze, desafia toda a psicologia e a lógica da razão. A sua famosa fórmula de resistência às ordens do advogado-patrão - Acho melhor não - e, mais tarde, de recusa ao próprio trabalho de escrivão e copista para o qual foi contratado, desperta uma sucessão tragicômica de acontecimentos. A cada resposta evasiva de Bartleby abre-se a fresta para a entrada do insólito nas atitudes e sentimentos despertados no dono do escritório, nos colegas de trabalho e até mesmo nas vizinhanças de Wall Street.

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