Lev Tolstói é um dos grandes autores da literatura russa do século XIX. Tornou-se conhecido pelos romances Guerra e Paz e Ana Kariênina, porém é autor de contos igualmente notáveis.
Nasceu em 1828, numa importante família ligada aos czares. Cedo ficou órfão. Estudou línguas orientais e direito na Universidade de Kazan. Serviu no exército russo, onde começou a escrever suas primeiras obras. Mais tarde, viajou por vários países da Europa. Regressou, então, à sua terra natal para administrar suas terras e dedicar-se à literatura. Morreu em 1910, em Astapovo, Rússia.
LIVRO ESCOLHIDO – EDITORA 34
A MORTE DE IVAN ILITCH
Tolstói retoma o tema da alienação, porém com dimensões filosóficas amplas e profundas e um sentido trágico nunca alcançado antes na história da literatura russa. Para ele, reflete-se sobre a morte visando à essência da vida, porquanto a atitude do homem em face da morte define a qualidade de sua vida e a possibilidade de encontrar um sentido para ela.
A narrativa começa pela morte de Ivan llitch, com um dado sintomático: ele exerce um cargo muito elevado no Ministério da Justiça, mas seus colegas imediatos são surpreendidos pela notícia de sua morte dada por um jornal. Essa surpresa revela a fria indiferença burocrática pelo destino do colega durante sua prolongada doença.
A reação dos colegas à morte de Ivan Ilitch revela total ausência de afetividade e define muito bem a consciência coletiva: em vez do sentimento natural de perda de um ser humano, e ainda mais colega de quem, segundo o narrador, “todos gostavam”, todos, porém, e sem exceção, começam a pensar que a subida de um deles ao posto antes ocupado pelo morto provocará promoções em cascata que beneficiarão cada um e trarão conseqüente melhoria dos vencimentos.
Os colegas saem do velório e terminam a noite à mesa do carteado, a viúva só pensa em arrancar o máximo de dinheiro do erário pela morte do marido e, assim, família e burocracia, juntas, fazem parte do mesmo sistema de valores, do mesmo ciclo de morte no qual Ivan Ilitch imolou-se em vida.
A narrativa começa pela morte de Ivan llitch, com um dado sintomático: ele exerce um cargo muito elevado no Ministério da Justiça, mas seus colegas imediatos são surpreendidos pela notícia de sua morte dada por um jornal. Essa surpresa revela a fria indiferença burocrática pelo destino do colega durante sua prolongada doença.
A reação dos colegas à morte de Ivan Ilitch revela total ausência de afetividade e define muito bem a consciência coletiva: em vez do sentimento natural de perda de um ser humano, e ainda mais colega de quem, segundo o narrador, “todos gostavam”, todos, porém, e sem exceção, começam a pensar que a subida de um deles ao posto antes ocupado pelo morto provocará promoções em cascata que beneficiarão cada um e trarão conseqüente melhoria dos vencimentos.
Os colegas saem do velório e terminam a noite à mesa do carteado, a viúva só pensa em arrancar o máximo de dinheiro do erário pela morte do marido e, assim, família e burocracia, juntas, fazem parte do mesmo sistema de valores, do mesmo ciclo de morte no qual Ivan Ilitch imolou-se em vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário