BARGHOUTI, MOURID


MOURID BARGHOUTI



O poeta palestino, Mourid Barghouti, de 62 anos, esteve recentemente no Brasil para participar da 4ª Festa Literária Internacional de Parati. Nascido em Deir Ghassaneh, na Palestina, cresceu em Ramallah, mas foi forçado a passar dezessete anos no exílio devido à sua militância na Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Escreveu treze livros de poesia e recebeu o Prêmio Palestino de Poesia em 2000. Eu vi Ramallah, escrito em 1997, mas só lançado aqui em 2005 pela Casa da Palavra, narra o retorno a sua terra natal após uma ausência de trinta anos.Mourid Barghouthi vive exilado num ir e vir entre a cidade do Cairo, no Egito, onde mora com sua esposa Radwa e a filha Tamim, e Amã, na Jordânia, onde está a casa de sua mãe. O poeta afirmou não sentir saudade da Palestina, porém nutre o desejo de retornar, mesmo sabendo que já não é mais o mesmo lugar. Lamenta ver seu desejo obstruído pela ocupação, pelas leis vigentes, por não possuir passaporte, pelo risco de ser preso nos postos das fronteiras.Mourid, em longas conversas com a imprensa, falou sobre o que é ser palestino: “somos um povo submetido à invisibilidade, vistos apenas com um problema, como vítimas ou criminosos. Mas nós, palestinos, não somos um problema, e os refugiados não podem ser reduzidos a meras estatísticas”.No que diz respeito a escrever sobre sua própria vida, o poeta palestino rebate afirmando que, ao escrever a seu respeito, sobre si mesmo, falando de sua vida, está consciente de estar escrevendo também sobre a vida da maioria dos palestinos, estejam eles vivendo lá, sob ocupação, aqui no Brasil, em países árabes ou em qualquer outro lugar do planeta.

LIVRO ESCOLHIDO - EDITORA CASA DA PALAVRA
EU VI RAMALLAH

Traduzido diretamente do árabe, Eu vi Ramallah descreve a experiência do retorno de Mourid Barghouti à Palestina, sua terra natal. Com prefácio do norte-americano Edward W. Said, especialista em estudos árabes, e texto do próprio Barghouti para a edição brasileira, o livro alcança leitores de diferentes povos, culturas e experiências de vida. Isento de fundamentalismos, o livro trata de uma realidade não muito distante de grande parte da população mundial: o conflito milenar no Oriente Médio, envolvendo sobretudo o Estado judeu e a Nação palestina.

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